Portuno


Na religião da Roma Antiga, Portuno (em latim: Portunes, Portumnes ou Portunus) era o deus das chaves, portas e do gado, além de proteger os depósitos onde se depositavam os cereais. Provavelmente por causa das associações populares entre o termo porta ("porta", "portão") e portus ("porto", a "porta para o mar"), Portuno passou a ser confundido depois com Melicertes (Palaemon) e evoluiu para um deus primordialmente relacionado com os portos. No adjetivo latino "importunus", o seu nome foi utilizado para descrever as ondas e o clima desfavoráveis e ventos contrários, um termo que ecoa no termo em português "oportuno" e no seu antónimo, "inoportuno", que significam "em boa hora" e "em má hora". Assim, Portuno seria o responsável pelas "oportunidades".

O seu festival, celebrado em 17 de agosto, o décimo sétimo dia antes das calendas de setembro, era a Portumnalia ou Portunália, um feriado menor no ano romano. Neste dia, as chaves eram atiradas ao fogo para dar boa sorte de uma forma solene e lúgubre. O seu atributo era uma chave e o seu templo principal em Roma, o Templo de Portuno, ainda está no Fórum Boário.

Portuno aparentemente estava muito ligado ao deus Jano, com quem divide uma série de características, funções e até mesmo o símbolo da chave. Assim como Janos, Portuno também era representado como um ser de duas cabeças, cada uma olhando para uma direção, em moedas e na proa dos navios. Ele era considerado um "deus portuum portarumque praeses" (literalmente "deus dos portos e portões").

A relação entre os dois deuses é sublinhada pelo fato da data escolhida para a dedicação do templo reconstruído de Janos no Fórum Holitório pelo imperador Tibério foi o dia da Portunália. Seu flâmine, chamado "flâmine portunal", um dos flâmines menores, realizava o ritual de ungir a lança (hasta) da estátua do deus Quirino, com um unguento especialmente preparado para este fim e armazenado numa pequena vasilha chamada persillum.

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