Libitina


Na mitologia romana, Libitina era a deusa dos cadáveres e dos funerais. O campo semântico da palavra Libitina foi muito extenso, tendo o uso popular diversos significados desde o início do império. Por exemplo, apesar de Plutarco identificá-la como uma deusa dos funerais, a palavra libitina aparece como esquife (MARCIAL. 8.43.3 - 4), outrora como a pira (MARCIAL. 10.97.1), instalações funerárias (LÍVIO. 40.19.4, 41.21.6), para descrever as atividades do comércio funerário (Lex Puteolana. AE 1971, 88. II. 16 - 17; III. 20 - 1) e até, metaforicamente, para a própria morte (HORÁCIO. Odes, 3.30.7).

Plutarco (Numa 12.1) identifica Libitina como a deusa dos funerais, mas colocá-la entre as divindades do submundo seria provavelmente um equívoco, pois não há sinal de que Libitina tenha entrado no Panteão romano. Segundo Bodel não há indícios de templo, culto ou adoradores de Libitina.

Outra questão é que, em Roma, havia, supostamente, um bosque dedicado a Libitina, fora do Portão do Esquilino (BODEL, 1994; 2000), que forneceu uma base para os empreendedores funerários (libitinarii) e onde itens para o enterro poderiam ser comprados, em conexão com a necrópole arcaica do Esquilino. Além disso, fontes literárias informam sobre a existência de um templo de Vénus no bosque de Libitina, levando a uma possível coexistência entre Libitina e Vénus no Bosque Sagrado. 

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