Juno
Na mitologia romana, Juno é a esposa de Júpiter e rainha dos deuses. É representada pelo pavão, a sua ave favorita. Íris era sua servente e mensageira. A sua equivalente na mitologia grega é Hera. O sexto mês do ano, junho, tem esse nome em sua homenagem.
Juno e Júpiter tinham 5 filhos, Lucina (Ilítia), deusa dos partos e gestantes, Juventa (Hebe), deusa da juventude, Discórdia (Éris), a deusa da discórdia, Marte (Ares), deus da guerra e Vulcano (Hefesto), o artista celestial, que era coxo. Juno sentia-se tão aborrecida ao olhar para vulcano que o atirou para fora do céu. Outra versão diz que Júpiter o atirou do olimpo, por este ter participado numa briga do rei do Olimpo com Juno, deixando-o coxo com a queda.
Juno possuía muitas rivais, entre elas, a bela Calisto, que Juno, por inveja da imensa beleza que conquistara seu marido, transformou-a numa ursa. Calisto passou a viver sozinha com medo dos caçadores e das outras feras da floresta, esquecendo-se de que agora ela própria era uma.
Um dia, Calisto reconheceu num caçador seu filho Arcas, já homem. Quis correr e abraçá-lo mas Arcas já erguera a sua lança para matá-la quando Júpiter, vendo a desgraça que estava por acontecer afastou-os e lançou-os ao céu transformando-os nas constelações de Ursa Maior e Ursa Menor.
Juno, enfurecida por Júpiter ter dado tal privilégio a sua rival, sai à procura de Tétis e Oceano, as antigas divindades do mar. Conta-lhes toda a injúria que Júpiter lhe fizera, e pede para que eles não deixem as constelações se esconderem nas suas águas. Assim a Ursa Maior e a Ursa Menor movem-se em círculo no céu mas nunca descem por trás do oceano, como as outras estrelas.
Outra de suas rivais foi Io, que Júpiter, ao sentir a presença de Juno, transforma numa novilha. Juno, desconfiada, pede a novilha como presente. Júpiter não podia negar um presente tão insignificante para a sua mulher, então, pesaroso, entrega a novilha a Juno que a coloca sob os cuidados de Argos Panoptes, um monstro de muitos olhos e, tendo tantos, nunca fechava mais de dois para dormir, vigiando Io dia e noite.
Júpiter, perturbado pelo sofrimento da amante, pede a Mercúrio que mate Argos. Com músicas e histórias, Mercúrio consegue fazer com que Argos feche os seus 100 olhos e depois corta a sua cabeça. Juno entristecida recolhe os olhos, que haviam perdido toda a luz, e coloca-os na cauda do seu pavão, onde permanecem até hoje.
Enfurecida, Juno persegue Io por muitas partes da terra até que Júpiter intercede por ela prometendo não dar atenção a Io. Juno concorda devolvendo-lhe a aparência humana.
Outro forte inimigo de Juno foi Hércules, filho de Júpiter com a mortal Alcmena. A este declarou guerra desde o seu nascimento. Com uma tentativa frustrada de matá-lo quando era apenas um bebé, Juno submete-o a Euristeu, que o envolve em muitas aventuras perigosas que ficaram conhecidas como os "doze trabalhos".
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